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sábado, 31 de janeiro de 2009

E-government (ou "ache o seu político")

Considerando que podemos ser achados pela Internet de modo fácil e rápido, ainda há uma classe que não tem muita conectividade: os políticos.
Honra seja feita: a ausência de conexão é com o cidadão, não com seu staff; com esses eles se comunicam diuturnamente através de e-mails, blackberrys, listas, etc. Mas com o cidadão...ish...

Na crescente onda wiki, ainda faltava o lado político da coisa. A Technology Review, do MIT, informa que existe nos EUA um grupo que está tentando coletar os dados de todos os políticos para disponibilizar os contatos, tanto por e-mail quanto os tradicionais, para que qualquer pessoa possa saber quem a representa. Ainda haverá uma funcionalidade para digitar seu CEP e descobrir quem é quem no seu bairro ou vizinhança. Uma espécie de "GoogleParlamentar".

Parece ser algo interessante, mas aqui em terras tupiniquins esbarra em alguns problemas:

1) embora o acesso à Internet seja cada vez maior, ainda há um alto contingente de pessoas que não têm acesso à rede;

2) mesmo que acessem, vários dados importantes não estão disponíveis na Web ou, quando estão, adotam a forma de um livro ritual de magia negra, cujo conteúdo é reservado aos iniciados (já tentou acessar um orçamento público e ver que "13.4400.2100.0000.12.1 - Empenho - Executado" não faz sentido algum para pessoas que têm Português como língua materna?)

3) os políticos não acessam seus e-mails oficiais....

Sim, é uma triste notícia, mas não adianta muito mandar para os e-mails oficiais. Dificilmente serão sequer lidos pelas respectivas assessorias de imprensa, muito menos pelos próprios.

Mas, sendo mais otimista, acho que a iniciativa de "todo poder ao cidadão" demonstra um caminho bastante positivo para o uso social e político, de fiscalização sobre quem está lá em cima mandando (com o nosso dinheiro e através do nosso voto).

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Casado, solteiro, assassinado (Facebook/Orkut)

Outra daquelas insanidades que se vê ocasionalmente na Internet.
Enquanto nós colocamos amenidades como "estou me sentindo triste", "quero uma namorada", essas coisas, um britânico percebeu que sua noite ficaria mais interessante se ele saísse e matasse alguém; e escreveu isso no Facebook antes de sair de casa.

Essa semana teve aquele polonês que se matou em frente a uma Webcam, mantendo a série de suicídios "a la Big Brother", como esse na Flórida e do pai de família inglês.

Tem quase um ano que li o livro do Arthur Dapieve, o "Morreu na contramão: o suicídio como notícia", resultado da sua pesquisa de mestrado em Comunicação na PUC-Rio. É uma obra interessante, e o Dapieve aborda vários pontos de contato interessantíssimos. Isso me leva a tentar, sempre, talvez como um trauma sociológico, relacionar tudo à anomia (ou a uma eventual anomia).

Mas creio que não...acho que o buraco é mais embaixo. Trata-se de, em linguagem nua e crua, de apenas mais uma mídia para transmitir o suicídio, mídia esta que não existia nos tempos do jovem Werther. Para Goethe a solução foi usar o livro impresso e, ao que parece, dizem que o livro incitou vários jovens desolados amorosamente a cometer igualmente o suicídio.

Se é uma sociedade do espetáculo, pegando o termo emprestado do Debord, então seria razoavelmente esperado que também o suicídio (e a notícia dele) fizesse uso das mídias eletrônicas, agora existentes.

O que me intriga é o caráter de tempo real do acontecimento. Não basta que se tenha noticiado o seu suicídio, é necessário agora realizar um log disso. Fenômeno que vale a pena estudar a fundo.

O dado confidencial nosso de cada dia

Mais uma daquelas notícias fantásticas que ocasionalmente surgem na Internet, fruto de simples descuidos em relação aos dados pessoais ou governamentais.

Saiu na Reuters que um neozelandês, em uma viagem aos EUA, comprou por módicos US$10 um MP3 player de segunda mão. Para sua surpresa, em seu interior estavam arquivos com dados secretos do Governo dos EUA, relacionados ao pessoal das forças armadas em serviço no Iraque e Afeganistão. Junto aos dados secretos estavam detalhes como telefone celular e número de registro social de vários militares (provavelmente endereços também).

Por falar em Nova Zelândia, isso me lembra um episódio bastante bizarro em que os planos de segurança para a visita do presidente Clinton àquele país foram enviados pela CIA via fax...para o número errado. Acabaram saindo no fax de um inocente cara dono de uma fábrica de alimentos.

Com a quantidade de informações que existe em todos os lugares sobre tudo, a preocupação com os dados pessoais deveria ser maior, acredito. Mesmo na Europa e nos EUA, cujos cidadãos são razoavelmente preocupados com tais questões, acontecem coisas inacreditáveis.

Vale a pena checar um artigo recente da Harvard Business Review (ed. brasileira), "O que era privacidade", do Lew McCreary (edição de outubro de 2008).

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A Metropolis de hoje

É engraçado ver que a jornada de trabalho tida como exaustiva no filme Metropolis, de Fritz Lang (1927) era de 10 horas.
Atualmente uma parcela considerável do setor privado tem esse tipo de jornada (ou maior, chegando a incríveis 13, 14 horas no caso de consultorias, por exemplo) a ainda se fala tanto em balanço da vida pessoal e profissional. Só se a vida pessoal for a profissional.

Para a tecnologia, que ainda se pensava como algo que diminuiria a jornada de trabalho para dar mais tempo às atividades pessoais e sociais, parece que algo deu errado nesse caminho. Vale a pena checar o livro de José Henrique Organista, "O debate sobre a centralidade do trabalho", de uma editora muito interessante e que vende livros a preços bem acessíveis (Ed. Expressão Popular).

Retomo esse tema mais à noite, hoje ainda. Quero escrever mais sobre isso.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Last.fm + Mobile + youTAG

Saiu no TechCrunch uma notícia bastante interessante no que se refere às tendências para tecnologias móveis - que, certamente, ainda terá um pequeno lag em terras tupiniquins.
A Last.fm é um serviço que basicamente traça o seu perfil musical com base no que você ouve (tanto no PC, Mac, iPod, etc...) e oferece sugestões, além de, claro, canais de "rádio" personalizáveis. O fring, um sistema de comunicação móvel via VoIP desenvolvido por uns israelenses, que vem crescendo bastante nos últimos tempos.
Imagina juntar os dois. Pronto. Juntaram.

Agora você pode levar a sua música com você sem necessariamente carregar um iPod (ou similares) com toda a sua biblioteca, deixando a app no fundo enquanto você faz coisas divertidas no seu telefone.

É, de certa forma, a passagem do entretenimento musical para a tal navegação em nuvem, tendência que já vem sendo seguida/cogitada/planejada por empresas tipo Google e Microsoft.

Outro ponto, mais interessante ainda, é ver que se isso for implementado em uma escala maior (gerando externalidade de rede), pode ser uma interessante alternativa aos espectros de rádio, palco de brigas homéricas no mundo real. Como os espectros são concedidos pelo Governo e as concessões são limitadas, percebe-se que pode ser um caminho indicativo para a possibilidade de qualquer um ser ouvido em qualquer lugar, independentemente da concessão de canais de rádio.
Um debate sobre o tema das concessões de espectros de rádio pode ser encontrada no livro "Comunicação digital e construção dos commons: redes virais, espectro aberto e as novas possibilidades de regulação", em especial nos artigos do Sérgio Amadeu (p.21-56) e do João Brant (p.91-128).

Na TV caminho parecido já se mostra no horizonte. Basta observar a possibilidade de assistir vídeos do YouTube no seu iPhone (com as devidas relativizações: a esmagadora maioria dos brasileiros não tem como comprar um smartphone e muitos sequer têm acesso à Internet ainda).

Isso me lembra bastante uma obra que eu vi no ItaúCultural, em São Paulo, na Emoção Art.ficial 4.0 - Emergência!, mostra de arte ligada à tecnologia e interatividade. Chama-se youTAG, do grupo Interfaces Críticas. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A new beginning

Finalmente consegui terminar de ajustar meu novo blog aqui no Blogspot, transferindo do Wordpress.
Todo poder ao Google! hehehe..
amanhã eu começo a postar algo aqui.