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quinta-feira, 30 de abril de 2009

Mintzberg sobre gestão

Como vocês, meus caros leitores inexistentes, devem ter percebido, eu fiquei fora escrevendo esse ensaio lá pra mandar para o EnANPAD. Espero que seja aceito... Se for, coloco aqui em .pdf

Segue um link interessante, entrevista do Henry Mintzberg para o The Globe and Mail, do Canadá.
Vale a pena dar uma lida...uma análise sincera sobre a crise americana.

terça-feira, 14 de abril de 2009

A Web 2.0 segundo a McKinsey

Esse é o título de um artigo que quero mandar para o EnANPAD, o encontro do pessoal da pós-graduação em administração.
Toda a idéia surgiu depois que eu li um artigo na McKinsey Quarterly com o título "Seis maneiras de fazer a Web 2.0 funcionar". Como muitos sabem, a McKinsey é uma das mais poderosas e importantes consultorias de estratégia empresarial no mundo. Assino a Quarterly (a maior parte é gratuita) e sempre tento ler, principalmente porque dá alguns insights interessantes quanto ao mercado.
Contudo, ficou a dúvida: como eles chegaram a essas "seis maneiras"?
Então, como eu sou uma pessoa chata e irritante, resolvi basear todo o meu artigo nisso. Estou analisando a estrutura do artigo deles e checando se há base conceitual factível para as sugestões (ou imperativos, como eles chamam).
Está bastante interessante, pelo menos por enquanto. Tem se revelado um exercício muito bom. Tomara que seja aceito no EnANPAD.

sábado, 11 de abril de 2009

Ainda a tecnologia do Joost...

Gosto bastante do YouTube e respeito o seu poder de fogo no que tange à massa crítica que conseguiu nesses últimos anos, firmando-se como uma referência (a ponto de o Google nem trocar o nome do serviço, como faz com outros).
O Joost, que é um tipo de YouTube mais restrito (mais no sentido de uso e não de produção de conteúdo), continua sendo o meu predileto por algumas razões:
1) ele tem muito conteúdo musical, de vários estilos, de modo legal e seguro;
2) a qualidade da conexão geralmente é boa;
3) a qualidade visual dos vídeos é excepcional (realmente, muito melhor que a do YouTube);
4) possui vídeos longos (como concertos inteiros, por exemplo);

A grande escolha que se provou equivocada, feita pelo pessoal do Joost, foi de inicialmente usar uma plataforma nos moldes de um software baixado. Infelizmente, esse é um meio que muita gente trava na hora de migrar. O YouTube foi mais esperto e focou no streamingdireto do que todo mundo que acessa a Internet tem: um navegador.

Há mais ou menos um ano, se não me engano, o Joost corrigiu esse percurso estratégico e adotou o streamingdireto de seu site. Vale a pena checar.

<a href="http://www.joost.com/0820099/t/Panic-At-The-Disco-I-Write-Sins-Not-Tragedies-Video">Panic! At The Disco - I Write Sins Not Tragedies (Video)</a>

<a href="http://www.joost.com/074000c/t/Mozart-Klavierkonzert-Nr-13-in-C-Dur-KV-415">Mozart, Klavierkonzert Nr. 13 in C-Dur KV 415</a>

domingo, 5 de abril de 2009

A lei de imprensa

Na discussão sobre a lei de Imprensa, se ela está ou não em desacordo com a Constituição de 1988, vale a pena checar alguns arquivos recentemente disponibilizados ao público. No meu tempo livre, tenho hábito de ler as coisas mais diversas e improváveis, como algumas atas do período pré AI-5, do Conselho de Segurança Nacional.

Como se sabe, a Lei de Imprensa está em discussão no STF. Eu, particularmente, acredito que ela é flagrantemente inconstitucional, tendo perdido a sua validade com a promulgação da Carta de 1988.

O senhor Almirante-de-Esquadra Augusto Hamann Rademaker Grünewald, então Ministro da Marinha, dá a sua opinião sobre a utilidade da Lei de Imprensa:

*grifos meus, pp.14-15, ata da reunião de 11/07/1968, disponível aqui*

"(...) Os congressistas têm imunidades, mas essas imunidades são tais que sobrepujam a Segurança Nacional? Acho que a Segurança Nacional está acima de qualquer imunidade. Houve uma demonstração em Brasília, como acabou de ser relatado, nós mesmos presenciamos Senadores e Deputados abraçados a subversivos e nada aconteceu. Nenhum de nós tomou providências para que isso fosse obstado. Eles continuam a agir, os cassados e os enquadrados nos Atos Institucionais aí estão, às soltas, publicando, com nossa anuência coisas contra o governo.
No entanto, os meios para as sanções estão disponíveis. Não relatarei mais nada. Creio que a ação não é propriamente de estudantes, é apenas subversivas, que podemos combater pelas leis. Dentro da Lei, nós podemos combater tudo, antes de qualquer medida excepcional. A Lei de Segurança, a Lei de Imprensa, estão disponíveis, talvez o processamento longo impeça suas aplicações. Acho que nós poderemos obviar esses inconvenientes e aplicar aquelas leis com o rigor que merecem, tanto as ações desses estudantes como a desses subversivos. (...)"

Felizmente as forças armadas hoje têm uma concepção muito mais constitucionalista e os tempos são outros.

Mas fica muito difícil defender uma lei que foi criada com o propósito puro e simples de repressão à liberdade de opinião e a consequente manutenção da censura, agora pensada sob o ponto de vista da Constituição de 1988.

Talvez seja apropriado lembrar o discurso do Ulysses Guimarães: "temos ódio e nojo à ditadura!"

sábado, 4 de abril de 2009

Palestra do Coppead

Acabei de voltar lá da Escola de Guerra Naval, numa localização idílica na Urca. Fui proferir uma lecture introdutória com o título "Marketing em plataformas digitais", para o pessoal do curso de formação - ou seja, no final da faculdade ou com pouco tempo de experiência profissional.
Foi uma experiência interessante, pois não tenho muita prática nisso (estou mais acostumado a ser sabatinado por uma banca, perguntando detalhes como notas de rodapé, tal qual minha dissertação). A turma parece ser boa, só não sei se consegui alcançar o âmago da questão.

Redes sociais são coisas complexas. Assim como o ser humano é complexo. No fundo, resume-se a questão em uma análise muito mais psicanalítica (relacionada a medos, frustrações, receios, etc.) que propriamente o conceito.

Há vários caminhos para abordar o tema. Óbvio que seria muito mais fácil apontar quatro ou cinco modelos para as redes sociais. Inclusive uma aluna abordou isso: como medir? Realmente...é o x da questão. Não existem métricas que (pelo menos no que acredito) traduzam corretamente a essência das redes sociais. O conceito de ROI, metas, etc., que no cotidiano do Marketing são dados essenciais, ficam extremamente prejudicados.

Por exemplo: como vou medir a "eficácia" do Twitter? Como ter metas em blogs? Tipo...falo métricas efetivamente com consistência, não coisas jogadas ao ar. Ela me informou algo interessante, que alguns players brasileiros (cariocas, especificamente) já estão nesse processo de criação das métricas para essas novas redes. Tenho minhas reservas, claro, mas acho que é um passo importante nesse sentido. Vou pesquisar sobre isso. Acho que vale até escrever um ensaio sobre essa lacuna metodológica.

Como sou partidário dos pós-estruturalistas (mesmo que muitos recusem essa denominação), tenho sérios problemas com essas coisas de "7 métodos infalíveis", principalmente se estamos tratando de pessoas, não de íons em uma escala.

No fundo, tentei mostrar durante duas horas que o problema a ser investigado é muito mais no aspecto do momento do "consumo" da informação que propriamente a plataforma. Comete-se rotineiramente esse desvio. São aplicados modelos que até funcionam bem para um jornal impresso, por exemplo, de modo inadaptado, uma transliteração, um transplante, direto para outros meios. Pensar a mídia é uma tarefa complexa, porém muito boa e que recompensa.

Espero que o pessoal tenha gostado; sinceramente, não sei se agradei. Mas pelo menos acho que a reflexão acerca do conceito de mídia em si (principalmente em plataformas digitais) foi colocada como uma questão relevante.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sistemas

Peço perdão os leitores do meu blog pelo desaparecimento, mas prometo que tentarei ser mais atuante aqui.

Estava pensando no carro agora sobre uma coisa interessante. Talvez influenciado (demais) pelas leituras do meu ídolo Foucault, correlacionei o seguinte: antigamente, quatro carreiras eram valorizadas pela família tradicional brasileira: médico, engenheiro, advogado e padre. Qualquer coisa que não se enquadrasse em alguma dessas era meio exótica ou ainda inaceitável.
Vejamos.
O médico representa a personificação das estruturas de poder relacionadas à manutenção da vida (lembrar da biopolítica aqui); o engenheiro, o poder relacionado ao domínio dos sistemas de construção (porque a arquitetura serve a um fim político, sim); o advogado, o poder relacionado aos tribunais e interpretações legislativas (ou seja, limitações da liberdade) e o padre, last but not least, relacionado ao poder espiritual.
Não se discute muito a questão do religioso enquanto conexão com o divino, mas sim da instituição que representa.

Numa família com o mínimo de posses, era compreensível esse desejo de projetar nos filhos a perpetuação do status quo social: um virava padre (em geral contra sua vontade), enquanto os outros escolhiam o que queriam (dentro dessas possibilidades, basicamente).

Faz sentido?

Um grande abraço