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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Casado, solteiro, assassinado (Facebook/Orkut)

Outra daquelas insanidades que se vê ocasionalmente na Internet.
Enquanto nós colocamos amenidades como "estou me sentindo triste", "quero uma namorada", essas coisas, um britânico percebeu que sua noite ficaria mais interessante se ele saísse e matasse alguém; e escreveu isso no Facebook antes de sair de casa.

Essa semana teve aquele polonês que se matou em frente a uma Webcam, mantendo a série de suicídios "a la Big Brother", como esse na Flórida e do pai de família inglês.

Tem quase um ano que li o livro do Arthur Dapieve, o "Morreu na contramão: o suicídio como notícia", resultado da sua pesquisa de mestrado em Comunicação na PUC-Rio. É uma obra interessante, e o Dapieve aborda vários pontos de contato interessantíssimos. Isso me leva a tentar, sempre, talvez como um trauma sociológico, relacionar tudo à anomia (ou a uma eventual anomia).

Mas creio que não...acho que o buraco é mais embaixo. Trata-se de, em linguagem nua e crua, de apenas mais uma mídia para transmitir o suicídio, mídia esta que não existia nos tempos do jovem Werther. Para Goethe a solução foi usar o livro impresso e, ao que parece, dizem que o livro incitou vários jovens desolados amorosamente a cometer igualmente o suicídio.

Se é uma sociedade do espetáculo, pegando o termo emprestado do Debord, então seria razoavelmente esperado que também o suicídio (e a notícia dele) fizesse uso das mídias eletrônicas, agora existentes.

O que me intriga é o caráter de tempo real do acontecimento. Não basta que se tenha noticiado o seu suicídio, é necessário agora realizar um log disso. Fenômeno que vale a pena estudar a fundo.

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