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sábado, 4 de abril de 2009

Palestra do Coppead

Acabei de voltar lá da Escola de Guerra Naval, numa localização idílica na Urca. Fui proferir uma lecture introdutória com o título "Marketing em plataformas digitais", para o pessoal do curso de formação - ou seja, no final da faculdade ou com pouco tempo de experiência profissional.
Foi uma experiência interessante, pois não tenho muita prática nisso (estou mais acostumado a ser sabatinado por uma banca, perguntando detalhes como notas de rodapé, tal qual minha dissertação). A turma parece ser boa, só não sei se consegui alcançar o âmago da questão.

Redes sociais são coisas complexas. Assim como o ser humano é complexo. No fundo, resume-se a questão em uma análise muito mais psicanalítica (relacionada a medos, frustrações, receios, etc.) que propriamente o conceito.

Há vários caminhos para abordar o tema. Óbvio que seria muito mais fácil apontar quatro ou cinco modelos para as redes sociais. Inclusive uma aluna abordou isso: como medir? Realmente...é o x da questão. Não existem métricas que (pelo menos no que acredito) traduzam corretamente a essência das redes sociais. O conceito de ROI, metas, etc., que no cotidiano do Marketing são dados essenciais, ficam extremamente prejudicados.

Por exemplo: como vou medir a "eficácia" do Twitter? Como ter metas em blogs? Tipo...falo métricas efetivamente com consistência, não coisas jogadas ao ar. Ela me informou algo interessante, que alguns players brasileiros (cariocas, especificamente) já estão nesse processo de criação das métricas para essas novas redes. Tenho minhas reservas, claro, mas acho que é um passo importante nesse sentido. Vou pesquisar sobre isso. Acho que vale até escrever um ensaio sobre essa lacuna metodológica.

Como sou partidário dos pós-estruturalistas (mesmo que muitos recusem essa denominação), tenho sérios problemas com essas coisas de "7 métodos infalíveis", principalmente se estamos tratando de pessoas, não de íons em uma escala.

No fundo, tentei mostrar durante duas horas que o problema a ser investigado é muito mais no aspecto do momento do "consumo" da informação que propriamente a plataforma. Comete-se rotineiramente esse desvio. São aplicados modelos que até funcionam bem para um jornal impresso, por exemplo, de modo inadaptado, uma transliteração, um transplante, direto para outros meios. Pensar a mídia é uma tarefa complexa, porém muito boa e que recompensa.

Espero que o pessoal tenha gostado; sinceramente, não sei se agradei. Mas pelo menos acho que a reflexão acerca do conceito de mídia em si (principalmente em plataformas digitais) foi colocada como uma questão relevante.

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