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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Método, método, método

Passando pela livraria aqui do aeroporto Santos-Dumont, no Rio, percebi que a maior parte dos títulos são de auto-ajuda espiritual ou empresarial. Livros do naipe de Machado de Assis, Graciliano Ramos ou mesmo o grande Monteiro Lobato, qualquer coisa do estilo, sequer existiam. Mas haviam várias edições do "Os sete hábitos das pessoas altamente eficazes", o "Oitavo Hábito: da eficácia à grandeza" e toda a (imensa) família da franquia "pai rico".

Enquanto isso, no meu doutorado, cada vez mais me convenço que a Administração não tem, efetivamente, como se queixar da alcunha de "ciência menor" que outros campos - como a Economia, Engenharia ou Comunicação - lhe dão. As discussões são muito mais ligadas aos modelos que propriamente aos seus fundamentos. Tem vezes que o doutorado parece uma grande aula de MBA.

Hoje em dia sou da área de Administração (ou Management, se você prefere falar em Inglês), embora minha formação original seja em Direito. Sou advogado, inclusive.

Queria ter visto mais discussões sobre epistemologia. Sinceramente. O que vi foram pitadas do pensamento do Thomas Kuhn aqui, pitadas das idéias de Karl Popper ali, alguma menção ao Bacon e nada do Feyerabend, por exemplo.

Não sei por que dessa fixação do pessoal de Administração em ser considerada uma ciência. Parece que estão vivendo agora o que o Direito viveu com Hans Kelsen e H.L.A.Hart há algumas décadas e que a Sociologia já superou razoavelmente também.

O meu problema é basicamente esse. Se você quer ser uma ciência, ótimo! Que seja! Adote o pacote completo. Método, fundamentos, etc... O que "pai rico, pai pobre" mostra pra mim é que há uma tentativa de mostrar modelos poéticos sob a forma de científicos.

Ahhhhhhhhhhhh

Que raiva.

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